Você já ouviu falar sobre o A.DOT? Trata-se de um aplicativo que conecta crianças e adolescentes disponíveis e prontos para a adoção, com pretendentes que estejam habilitados no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento, o SNA, assim auxiliando a todos na construção de uma nova e feliz história.
Um ponto interessante do A.DOT é a possibilidade que os pretendentes têm de conhecer, através do aplicativo, crianças e adolescentes fora dos perfis que eles buscavam no cadastro oficial, ampliando assim o leque de possibilidades para ambos os lados, sobretudo para as crianças e adolescentes que sofrem devido à difícil colocação em família adotiva, pois são perfis menos buscados, como aqueles com necessidades especiais e também grupos de irmãos.
O A.DOT faz com que os perfis de crianças e adolescentes menos buscados sejam visíveis como pessoas, através de fotos e vídeos, e não apenas mais um número no cadastro. Assim, eles podem se apresentar e contar um pouco de si mesmos para suas futuras famílias.
A partir daí, o pretendente pode favoritar a criança ou adolescente dentro do aplicativo e entrar em contato direto com a Vara da Infância e Juventude ou fórum da cidade onde se encontram, em qualquer local do Brasil. Desse modo, a criança deixa de ser um número e se torna visível, com imagem e voz, ao passo que os pretendentes têm um alívio na aflição de aguardar o tão esperado telefonema que só os que estão na fila para se tornar pais e mães por adoção sabem como é!
Uma história com final feliz
Foi a partir do A.DOT que o motorista Lucas Batista Gelini Claus conseguiu realizar o sonho de se tornar pai. Casado há 19 anos, Lucas e sua esposa Elisângela estavam na fila da adoção há cinco anos e adotaram as adolescentes Nataly e Natália após conhecê-las através do aplicativo.
O casal contou ao portal “O bem dito” que num primeiro momento a preferência deles era pela adoção de um bebê, mas que o aplicativo fez com que eles mudassem a forma de ver e pensar a adoção, considerando crianças maiores e até mesmo adolescentes.
Para a alegria da família toda, Lucas e Elisângela conheceram Nataly e Natália através do A.DOT em 2018. Eles viajaram algumas vezes de Umuarama até Araucária, ambas cidades no Paraná, para realizar o contato presencial e conviver com as meninas, tudo com autorização da justiça, até que em 2019 receberam a guarda provisória, e assim elas foram morar com sua nova família e começar toda a adaptação inerente ao processo. A adoção foi concedida ao casal em agosto de 2019.
As meninas descrevem o pai como um herói, companheiro, guerreiro e batalhador, e o período de quarentena em casa devido à pandemia serviu para aproximar ainda mais a família toda com laços de carinho, amor e convivência.
“Nós queremos com nossa história que mais famílias tenham a oportunidade de realizar o sonho de serem pais. E que a adoção de crianças maiores não seja descartada. Hoje a nossa família é completa e muito feliz”, finalizou Lucas ao portal.
Os resultados do A.DOT são impressionantes. Quase 40 mil pretendentes já acessaram o sistema e já foram realizadas 35 adoções bem-sucedidas através do aplicativo e mais de 50 crianças e adolescentes encontram-se atualmente em fase de aproximação e estágio de convivência (dados de junho/2021). Histórias que, com certeza, só forma possíveis graças à visibilidade e agilidade que o aplicativo promoveu.
Tecnologia a favor das crianças e adolescentes
Como dissemos anteriormente, para acessar o A.DOT os pretendentes precisam estar previamente habilitados e ativos no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento, o SNA, tornando o aplicativo muito mais efetivo e, sobretudo, seguro para as crianças e adolescentes que lá se encontram. O A.DOT também pode ser acessado por pretendentes estrangeiros cadastrados na CEJA, Equipes Técnicas das Varas de Infância e Juventude, Magistrados e Promotores de Justiça das Varas de Infância e Juventude e Grupos de Apoio à Adoção.
Na data desta publicação, em agosto de 2021, o Sistema Nacional da Adoção e Acolhimento conta com 32.861 pretendentes habilitados e 4.241 crianças disponíveis para adoção. A conta fecharia com folga, mas infelizmente ainda não é o que acontece. É preciso cada vez mais um trabalho de conscientização dos pretendentes em relação aos perfis buscados, além de acelerar a desburocratização dos processos legais.
O A.DOT é fruto de uma parceria entre o Tribunal de Justiça do Paraná, por meio da Corregedoria-Geral da Justiça do Paraná e do Conselho de Supervisão dos Juízos da Infância e da Juventude (CONSIJ-PR), do Grupo de Apoio Adoção Consciente (GAACO) e da Agência Blablu, e está disponível para celulares Android e Iphone.
Saiba mais sobre o aplicativo no vídeo abaixo, nas palavras do Dr. Sérgio Luiz Kreuz, Juiz Auxiliar da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Paraná e um dos principais idealizadores do projeto:
*Com informações dos portais adot.org.br e obemdito.com.br